Resumo:
A partir do quadro conceptual da Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, este trabalho pretende demonstrar que, numa perspetiva crítica do currículo, a construção do conhecimento na educação de infância não pode acontecer sem considerar os seus principais atores, as crianças, na multiplicidade de estratégias que possuem para se poderem expressar. Para isso, aprofundamos, igualmente, a importância do conhecimento e dos saberes no contexto das aprendizagens, como ainda a imagem organizacional do Jardim de Infância, onde procuramos desconstruir o papel dos atores intervenientes no processo da transformação do modelo pedagógico. Enquadramos, naturalmente, no processo crítico da análise da construção do conhecimento na educação de infância os trabalhos de Piaget, Vygotsky, Perrenoud,Young, Bruner e Ausubel. A pesquisa qualitativa, decorrente de um estudo de caso, e por intermédio de entrevistas semiestruturadas aos educadores de infância, destaca, da sua análise de conteúdo, o perigo de escolarização na educação infantil e pretende discutir diretrizes curriculares a partir de uma perspetiva de educação integral. O estudo mostra que as políticas curriculares devem orientar os seus cenários pedagógicos num quadro conceptual que coloca as crianças no centro da gestão e das práticas pedagógicas, bem como sustenta a construção do espaço pedagógico da criança, como uma comunidade de prática, onde a família é um sujeito essencial para a funcionalidade, utilidade e significado do projeto pedagógico do grupo.
Palavras-chave: Inteligências múltiplas; conhecimento na criança; Modelo Pedagógico; teorias construtivistas.
Gouveia, A. I., & Fraga, N. (2017). A construção do conhecimento na educação de infância. Em L. G. Correia, R. Leão, & S. Poças (Ed.), O Tempo dos Professores (pp. 525-539). Porto: CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas / Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. (IBSN: 978-989-8471-26-0)